Verdades inventadas é o que temos
Mas não a verdade Lispectar
A verdade elegante, de chinelo e vinho
De terno de linho e céu
O que se entrega de real em sacos rotos:
-A falsa fala de um falso homem com sua faixa
( Sustentado pelos cegos, os centros, as fardas sujas, as rachaduras e as suásticas )
-Um agro verde, humano e pop
(Montado em seus venenos, seus jagunços, fogo, desterros e mortes)
-Um PIB altivo e vistoso
(Com suas garras nas costas do povo, a regurgitar-lhe quirera e ossos)
-Um País conservado em azul e laureado de rosa e moral
( Sobre o sangrar do arco-íris, sobre corpos pretos e peles vermelhas, infâncias pálidas , e mulheres reduzidas nas sombras a covas e estatísticas )
Limitada e terrível, somente a passível justiça
Que vive, opulenta e cega e torta, no tédio parlamental ou de toga.
Acredito que não era essa verdade inventada que pedira
No final, a única verdade, desse país, que resiste
É a perna curta da mentira !