Meio caminho


Foi,
Acordar, banhar
Café
Dentifrício
Ofício
Sacrifício
A volta constante do mesmo dia
Ao meio dia, almoço
A meia vida , o tédio
A partir de agora é o meio caminho para o fim
De toda a vida ruim a morte não será
Não verei mais a fome
Nem quebrado mais um tratado de paz
Nem serei mais insone
Pensando na gente de pele alvo
Repudiando os colarinhos brancos
Escravizando os azuis
Tão pouco chorarei os choros orfãos ou
Respirarei o fumego dos lucros
Nem beberei águas tóxicas dos campos verdes varonis
E dos Guaranis não saberei qual foi o fim.
Mas enquanto vivo
Quero inconstâncias
Impertinências
Pedras e coquetéis
Viver de lutas e paixões
Respirando, quero dançar com borboletas
Cantar com aves, nos céus, extraviadas
Quero uma escola de brincadeira em cada viela marginal
Viver abraçado de poéticas sentenças
Nesse meio caminho que é meu quintal.

Adriano Chastel.

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